"Era uma vez"
pousava o timbre calmo de minha mãe
em meus ouvidos.
Eu adormecia antes do final.
Todas as noites, a mesma coisa
"Era uma vez", e eu dormia
sem ouvir o fim da história.
De manhã, ao acordar
sem saber do desfecho
eu inventava um
mamãe mal sabia
que ali nascia meu calvário.
Era uma vez um menino
que começou a inventar histórias
e depois disso
nunca mais dormiu.
Autor: Flávio Soares
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