segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O Coração de cristal!


Ela foi chegando bem de repente, e invadiu aquele pequeno barraco em que ele chamava de casa, e foi ficando por ali.
Ele não sabia o que ela queria, mas se simpatizou pela garota, pelos olhares curiosos, pelo sorriso doce!
Havia um coração de cristal no barraco, era um lindo e delicado coração de cristal, que ficava em um canto daquele lar, era a única coisa que ali havia, pois não havia moveis, não havia nada, apenas aquele lindo coração de cristal, era tudo o que ele tinha, tudo.
Ela olhava obsecada por aquele coração, sempre que podia estava perto dele, ela o desejava, ela o queria, ela iria rouba-lo, apenas isso, ela o roubaria, foi tudo o que ela quis desde que havia entrado naquele lar! Mas ele havia percebido que ela roubaria seu coração, mas sua simpatia por ela já era tão grande, que ele decidiu dar o coração de presente a ela, então ele deu seu frágil coração de cristal aquela bela moça, que havia invadido o seu espaço e o deixado confuso em relação a tudo, ele pegou o coração no canto de seu barraco e o entregou nas mãos dela, ela não esperava por aquilo, ficou desconcertada, ela não tinha reação, mas aceitou o coração.
            Mas ela se distanciava dele, estava ficando diferente, e naquela semana ela não falava com ele,não o respondia,  apenas o ignorava, e aquilo o machucava muito, foi quando de repente ela fugiu, não tinha motivos para isso, ela invadiu a sua casa, ela mudou toda a rotina dele, ele deveria a ter expulsado, mas ele queria que ela ficasse, ele gostou da sua presença, mas ela foi embora, e foi fugida, pulou a janela, e correu, poderia ter usado a porta da frente, ele acharia que era o certo, por onde ela entrou, mas não, ela pulou a janela e correu, sem ao menos olhar para trás, e antes de pular a janela deixou que caísse o coração de cristal, que se quebrou, se partiu em vários pedaços, ela correu, não levou o coração dele, mas o coração havia se partido, ele entristeceu de imediato, sabia que iria sentir sua falta, pois sua presença o havia melhorado.
Ele ajoelhou no chão, e pegou todos os cacos de coração que ali estava espalhado, e em seguida começou a cola-los, tentava concertar o seu coração, ele iria colar todos os pedaços mesmo que demorasse muito, ele iria colar! Ele decidiu que iria deixar o coração impecável, mesmo se ele só fizesse aquilo, ele deixaria o coração lindo e brilhando de novo, assim se um dia ela voltar, ele poderá dar o coração para ela mais uma vez!

Autor: G. Cardoso

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Acabou a poesia!

Não há poesia
não há rima
não há alegria

Esta tudo cinza
o tempo chuvoso
parece que Deus chora comigo!

Não há poesia
não há métrica
não há canto

O coração nublou-se
a ferida se abriu
a vida estancou

E não existe poesia
apenas tristeza
desfigurando momentos!

Autor: G.Cardoso

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Para rememorar

para rememorar:

o que de fato fez com que se concretizasse


um dos maiores sentidos 


que a alma pode absorver...


interiorizando  sentimentos tão profundos e desconhecidos 


como um infinito afago no espírito 


que deixou-me completamente vulnerável,


cedendo aos encantos que exuberantemente enfeitiçou-me com ternura... 


amo-te amo-te


hoje e sempre.



Autor: Johnny Cardoso

Em algum lugar!

Perdido na escuridão 

e se escondendo atrás das sombras sem enxergar a si próprio,


perdido em algum lugar da propria mente,


se esquecendo de viver a vida, 


você me resgatou agora,


vulnerável ao seus encantos


posso sentir me revigorado e com o poder de amar..... 


isso me faz sentir vivo......


amo-te 


amo-te com toda voracidade de um amor fecundo



Autor: Johnny Cardoso

Granulou

Deitado num piso de um espaço qualquer,

o filosofo negro velho disse algumas palavras, 

mas ninguém deu ouvido à filosofia do sábio, 

que era quase uma profecia,

e realmente a palavra do velho negro ecoou no universo

e só hoje venho a entender o que realmente era, 

àquela palavra em sentido de desmantelo, 

azar ou erro gravíssimo 

“Granulou”

Autor: Johnny Cardoso

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Feito de ilusões!


A dor que agora sentes
É reação de sua própria escolha!
Quem mandou amar, coração?
Agora aceite toda desilusão!
Quem deixou que sonhasse tanto?
Subiu, sonhou, voou
E agora?
A queda é longa, longa e dolorida
Não batas tão lentamente,
Pois foi você que escolheu a dor!
Não murche, não desista
Pois ainda eu, tenho o direito de sonhar, coração!
Se o momento existe eu canto, e canto!
Então enxugue essas lagrimas, coração!
Pois o mundo é feito de ilusão.
                                            “preste atenção meu  bem, querida
                                              o mundo é um moinho,
                                              vai triturar seus sonhos tão mesquinhos
                                              vai reduzir as ilusões á pó!” Cartola

Autor: G.Cardoso

O marido complacente!

                                                 (não recomendado para menores de 18 anos)

      Toda a França sabia que o príncipe de Bauffremont tinha mais ou menos as mesmas preferências do cardeal de quem acabo de falar. Haviam dado a ele em matrimônio uma mocinha assaz inexperiente, e que, segundo era costume, só foi instruída às vésperas.- Sem mais explicações, - diz a mãe - pois que a decência me impede de ocupar-me de certos pormenores, tenho uma única coisa a recomendar-vos, minha filha; desconfiai das primeiras propostas que vosso marido vos fizer, e dizei-lhe, veemente:Não, senhor, não é por aí que se aborda uma mulher honesta; em qualquer outro lugar que vos agrade, mas, certamente, aí não.
...Vão ao leito e, por uma norma do decoro e da honestidade sem margem para dúvida, o príncipe, querendo fazer as coisas conforme com os costumes, ao menos pela primeira vez, oferece à sua mulher apenas os castos prazeres do himeneu: mas a jovem bem educada, lembrando de sua lição: -Por quem me tomais, senhor? - diz-lhe - pensais que eu consentiria essas coisas?
Em qualquer lugar que vos agrade,mas, certamente, aí não
...- Mas senhora... -Não, senhor, inútil insistirdes, nunca me fareis mudar de opinião. -Pois bem, senhora, devo contentar-vos, -diz o príncipe apropriando - se de seus altares preferidos -eu ficaria bem zangado se dissessem que alguma vez eu quis vos desagradar. E venham nos dizer agora que não é necessário instruir as moças quanto às obrigações delas, um dia, para com seus maridos!

Autor: Marquês de Sade

segunda-feira, 16 de julho de 2012

...Da vida

Putas, prostitutas, para mim queridas!
Tomo de sua saliva,
e do mel entre suas pernas!
Quengas, cortesãs, para mim amigas
Me oferecem o ouvido, o ombro
e todo o resto do corpo!
Concubinas, rameiras, para mim Mulheres!
No ápice do gozo,
teu prazer, meu consolo!
Queridas, amigas, mulheres, guerreiras...
Guerreiras, onde tomo com prazer goles de vicio,
e me lambuzo com vicio em goles de prazer!

Autor: G. Cardoso

O porto

Um porto é uma morada para um coração
cansado das lutas diárias.
A amplidão do céu, o movimento dançante
das nuvens, as cores em metamorfose do mar,
o brilho dos faróis, criam um prisma
admiravelmente próprio, para divertir
os olhos sem jamais aborrecê-los.
As formas arremessadas dos navios,
os complicados detalhes de seus mastros
complicados, que as ondas fazem oscilar
em harmonia, alimentam na alma o gosto
pelo ritmo e pela beleza.
O porto tem, também, especialmente, um
tipo de prazer misterioso e aristocrático para
quem não tem qualquer curiosidade ou ambição
em contemplar, deitado no mirante, ou apoiado
sobre o muro do cais, todos os movimentos
dos que partem e dos que chegam, dos que
têm força de vontade e desejo de viajar
ou de enriquecer.

Autor: Charles Baudelaire
Pintura: Mario Vale


segunda-feira, 18 de junho de 2012

Adeus linda minha!


Na lapela de meu blazer um cravo
Um choroso cravo branco
Da minha vaidade um escravo
Travessuras de um diabo manco!
Choro por não mais a vê-la
Pobre beleza celeste
Como queria tê-la.
Com sua mais linda veste
Em seu triste sono inevitável
Tão branca, tão pálida,
Encontrou-se com irremediável
Tão linda, tão gélida.
De vê-la dormindo em seu leito
Surge a dor em meu peito
Não existe mais meu cantar
Nem se quer um ressoar
Adeus linda minha!

Autor: G.Cardoso

19 anos



Ofegante enxergava em mim tudo de você
Vidro embaçado misturava sua imagem a minha
escrevi o seu nome do que sobrou do meu ar
e adormeci enquanto ouvia batidas desnexas
do meu pulso que entoava uma canção feliz...

Encantada com seu conhecimento aplicado
que por olhares mostra algo obscuro
Um passado melancólico, talvez?
E ultimamente tão calmo e alegre
um olhar triangular que esboça desejo.

De tudo o que vi e não quis ouvir
és a tentação que quer envolver-me
Numa nuvem vermelha de tons perdidos
encontrada no refugio das suas mãos
pautando pensamentos indizíveis em mim...

Na sexta de lua brilhante sedutora
sua fase também muda completamente
ficam vestígios da lua nos seus dedos
que consegue desenhar miragens reais
na linha que separa esse tempo do meu.

Autor: Érica Gusmão

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Arma, pôquer e bordel!


Era uma noite de sexta feira qualquer, como qualquer outra! Eu estava em um bordel da cidade, alguns chamam de “brega”, outros de “puteiro”, para mim é apenas mais um bar noturno, onde você pode pagar para ter alguns minutos de prazer com alguma garota, se assim desejar!
            Naquele momento minha cabeça não estava em nenhuma garota daquele recinto, e sim, no meu copo de cerveja, que deliciosamente tomava enquanto por diversão jogava pôquer com alguns desconhecidos!
            Eu nem prestava atenção naquele jogo, estava apostando baixo, jogava apenas por pura diversão mesmo, para matar meu tempo, estávamos em quatro pessoas, todos estavam nervosos menos eu, quando olho em minhas cartas e vejo uma possibilidade de um Full House (trinca+par), naquele momento os dois que estavam ao meu lado desistiram quando o desconhecido da minha frente aumenta a aposta, eu aceito e dobro, nitidamente o vejo nervoso, pois quando vira as cartas era apenas um blefe, olhei em seus olhos e descobri que desejava bem fundo que eu também estivesse blefando, mas não foi assim, eu virei às cartas e lá estava, o lindo Full House, rapidamente peguei o dinheiro que estava na mesa, não tinha almejado ganhar nada ali, mas como tinha ganho, fiquei bem contente, resolvi que pagaria uma rodada para os jogadores que estavam sentados na mesa comigo, e sairia do jogo afim de ir para o quarto com uma das garotas que trabalhavam naquele recinto, mas não foi tão simples, pois o desespero tomou conta do adversário que sentava de frente comigo, ele sacou de uma arma de fogo, era um calibre 38, cromado com o cabo branco, linda arma, mas eu sinceramente não gosto de armas, então ele grita com a arma apontada para mim: - Ninguém sai, se sair alguém eu atiro, falo muito serio.
            Não pude conter um sorriso quando ele disse “ninguém sai”, pois lembrei de um conto que tinha lido do Fernando Veríssimo, “O pôquer interminável”, então eu sorri e disse: - já que é tão convincente eu jogo mais uma rodada.
            Novamente estávamos jogando, desse vez até eu estava serio, a arma estava na mesa ao seu lado, os adversários do lado desistiram de novo, e eu novamente tinha um Full House na mão, aceitei sua aposta, dessa vez ele não blefava, e estava muito contente com seu jogo, foi quando virei meu Full House, e ele completamente abalado, pega a arma de novo, todos no bordel se assustaram, achavam que agora ele me matava, e ele gritava: - Isso só pode ser roubo, é empiricamente impossível dois Fulls em seguida.
             Ele gritava histérico, mas de repente ficou serio e imóvel, me assustei muito quando ele disse: - Será que realmente Jesus existe? Ele nem ao menos perguntou se eu era cristão.
            Atirou...
            No primeiro instante todos gritavam e se abaixavam, depois silencio total, pessoas nos rodeavam para ver o acontecido, ele havia tirado a arma da minha mira e colocado em seu queixo, disparou de baixo para cima, não foi uma coisa muito bonita de se ver, eu estava ali estático, quando de repente começo a rir, e não consigo parar, as pessoas talvez pensassem que fosse por causa do choque, mas não era, não saia da minha cabeça o conto  “O pôquer interminável”.

Autor: G.Cardoso

Pôquer Interminável


Cinco jogadores em volta de uma mesa. Muita fumaça. Toca a campainha da porta. Um dos jogadores começa a se levantar.
Jogador 1 - Onde é que você vai ? Ninguém sai.
Os outros - Ninguém sai. Ninguém sai.
Jogador 2 - Bateram na porta. Eu vou abrir.
Jogador 1 - A sua mulher não pode abrir ?
Jogador 2 - A minha mulher saiu de casa. Levou os filhos e foi pra casa da mãe dela.
Jogador 1 - Sua mulher abandonou você só por causa de um joguinho de pôquer ?
Jogador 2 - É que nós estamos jogando há duas semans.
Jogador 1 - E daí ?
Jogador 2 - Ela disse: "Ou os seus amigos saem, ou eu saio".
Jogador 1 - Ninguém sai.
Os outros - Ninguém sai. Ninguém sai.
(A campainha toca outra vez. O dono da casa vai abrir, sob o olhar de suspeita dos outros. É um garoto. O garoto se dirige ao Jogador 1.)
Garoto - A mãe mandou perguntar se o senhor vai voltar pra casa.
Jogador 1 - Quem é a sua mãe ?
Garoto - Ué. A minha mãe é a sua mulher.
Jofador 1 - Ah. Aquela. Diz que agora eu não posso sair.
Os outros - Ninguém sai. Ninguém sai.
Garoto - Eu trouxe uma merenda para o senhor.
Jogador 3 - Epa. O golpe do sanduíche. Mostra !
Jogador 5 - Vê se não tem uma seqüência dentro.
Jogador 1 - Não tem nada. Só mortadela.
Garoto - A mamãe também mandou pedir dinheiro.
(Todos os jogadores cobrem suas fichas.)
Todos - Ninguém dá. Ninguém dá.
Jogador 1 - Diz pra sua mãe que eu estou com um four de ases na mão. Como ninguém vai ser louco de querer ver, a mesa é minha e nós estamos ricos.
Jogador 4 - Se você tem um four de ases então tem sete ases no baralho, por que eu tenho trinca.
Jogador 1 - Diz pra sua mãe que o cachorrão falhou.
(Toca o telefone. O dono da casa se levanta para atender.)
Jogador 3 - Mas o quê ? Não se joga mais ? Ninguém sai.
Os outros - Ninguém sai. Ninguém sai.
(Apesar dos protestos, o dono da casa vai atender o telefone. Volta.)
Jogador 2 - Era a mulher do Ramiro dizendo que o nenê já vai nascer.
Jogador 4 - Meu filho vai nascer. Tenho que ir lá.
Jogador 1 - Ninguém sai.
Os outros - Ninguém sai. Ninguém sai.
Jogador 4 - Mas é o meu filho.
Jogador 3 - Você vai pro batizado. Quem é que joga ?


Autor: Luís Fernando Veríssimo

domingo, 8 de abril de 2012

Destilado Coletivo!

1) O homem é o dono do seu próprio tempo. Tempo que tempo?
2) Livre, leve e louca
3) Após alguns copos de vinho ela quer se divertir.
4) Depois dos primeiros destilados, pensei, por favor alguém me pague mais uma,
5) Minha garrafa de vodka esta no fim.

Autores: 1) Johnny, 2) Marisa C., 3)Mirella S. 4) G.Cardoso 5)Flavio Antunes Soares.

Obs: esse coletivo foi feito em um surto dadaísta, mas com outro método, cada um escreveu sua frase sobre o assunto recorrente sem que ninguém soubesse a fresa do outro, depois sorteamos a sequencia, e surgiu essa linda poesia!

contribuição de Beto Soares (leia como continuação)
6) Quando o home chega no seu limite
quando o homem, já experimentou o vinagre e o vinho
e quando ele já andou pelo céu e viveu no inferno,
o mundo no qual vive fica insuportável de viver
e as pessoas insonsas. E eu deste lada do mundo continuo a respirar e inspirar.

Obs: a contribuição do Beto Soares, não se classifica com o resto da poesia, ele leu para acrescentar seu comentário  por isso esta separado.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Gritando poesia!

Na esperança de que fosse ouvido meu lamurio
Eu me encontrava gritando poesia no escuro
E as lagrimas que desciam por não ser perjúrio
Eram aplacadas por esse enorme muro

E chorava, esperneava, mas não encontrava,
Nem uma simples forma de transcrever!
E novamente gritando poesia eu estava,
E no muro, meu grito começou a escrever
Palavras que eram arrotadas pelo coração,
Que subiam pelas entranhas e saiam com o grito
E manchavam o muro com a lamentação,
Da poesia que se pintava como que fosse mito

E o grito, o grito, cantava a poesia no infinito
E o grito, o grito, cantava a poesia no infinito!

Autor: G.Cardoso

Já se afastou de nós o Inverno agreste

Já se afastou de nós o Inverno agreste
Envolto nos seus húmidos vapores;
A fértil Primavera, a mãe das flores
O prado ameno de boninas veste:

Varrendo os ares o subtil nordeste
Os torna azuis: as aves de mil cores
Adejam entre Zéfiros, e Amores,
E torna o fresco Tejo a cor celeste;

Vem, ó Marília, vem lograr comigo
Destes alegres campos a beleza,
Destas copadas árvores o abrigo:

Deixa louvar da corte a vã grandeza:
Quanto me agrada mais estar contigo
Notando as perfeições da Natureza!

Autor: Bocage

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012