segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A corrente

Sente raiva do passado
Que o mantém acorrentado.
Sente raiva da corrente
A puxá-lo para frente
E a fazer do seu futuro
O retorno ao chão escuro
Onde jaz envelhecida
Certa promessa de vida
De onde brotam cogumelos
Venenosos, amarelos,
E encaracoladas lesmas
Deglutindo-se a si mesmas.


Autor: carlos Drummond de Andrade

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