segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Gritando poesia!

Na esperança de que fosse ouvido meu lamurio
Eu me encontrava gritando poesia no escuro
E as lagrimas que desciam por não ser perjúrio
Eram aplacadas por esse enorme muro

E chorava, esperneava, mas não encontrava,
Nem uma simples forma de transcrever!
E novamente gritando poesia eu estava,
E no muro, meu grito começou a escrever
Palavras que eram arrotadas pelo coração,
Que subiam pelas entranhas e saiam com o grito
E manchavam o muro com a lamentação,
Da poesia que se pintava como que fosse mito

E o grito, o grito, cantava a poesia no infinito
E o grito, o grito, cantava a poesia no infinito!

Autor: G.Cardoso

Já se afastou de nós o Inverno agreste

Já se afastou de nós o Inverno agreste
Envolto nos seus húmidos vapores;
A fértil Primavera, a mãe das flores
O prado ameno de boninas veste:

Varrendo os ares o subtil nordeste
Os torna azuis: as aves de mil cores
Adejam entre Zéfiros, e Amores,
E torna o fresco Tejo a cor celeste;

Vem, ó Marília, vem lograr comigo
Destes alegres campos a beleza,
Destas copadas árvores o abrigo:

Deixa louvar da corte a vã grandeza:
Quanto me agrada mais estar contigo
Notando as perfeições da Natureza!

Autor: Bocage

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012